quarta-feira, 13 de maio de 2009

Frapê de Capuccino

- Um frapuccino.
- Hã? Como?
- Frapuccino.
- Dois capuccinos?
- Não, caralho. FRAPUCCINO.
- ... !?
- Essa bosta gelada ali ó, café gelado, pô.
- Ah sim, o senhor quis dizer Frapê de Capuccino.
- Pro inferno! Não é a mesma coisa?
- Não.
- Então fodam-se o frapê, você e estes cafés de merda! Até mais.
- SENHOR!
- Sim...?
- Eu te amo.
- Então faz um desses, com caramelo por cima. Pra viagem - estendendo uma arara ruborizada de dez pratas.
- Me leva junto com você, senhor?
- Não sei... se ficar bacana, você tem chances.
- Obrigada, senhor. Seu troco - devolvendo uma tartaruga marinha completamente blue e umas pratinhas.
(Após algumas tragadas no canudo do frapê e alguns grunhidos de satisfação)
- Maravilha isso aqui, viu? Olha, Plataforma vinte e seis da Novo Rio, dez e quinze.
- Mas senhor, eu saio às dez!
- Não se atrase - disse taxativo e caminhou inexoravelmente para fora do shopping.
- Oh, senhor, eu te amo tanto... - choramingou e balbuciou, com os olhos marejados.
Eram oito e quarenta e quatro. O gerente dobrou o avental que fora deixado apressadamente sobre o freezer há alguns minutos e riscou o item "frapê de capuccino" da tabela de preços.

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